segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Extrato da agrura

E se nossas escolhas pessoais magoarem as pessoas que mais amamos?
E se o que for bom pra mim não for aprazível a outrem?

"Tudo é relativo" já afirmava sabiamente Albert Einstein.
Por vezes almejo coisas que me parecem agradáveis, que fazem despontar no meu âmago aquele velho rebelde. Algumas dessas vezes o faço por birra, mo parece. Outras, nem tanto, ou, quiçá, nem haja tal intencionalidade, mas o fato é que aquele sentimento de busca pela liberdade (e sentindo-a por instantes) me faz um bem tremendo. É vigorante. É como fazer sexo: estimulante e relaxante simultaneamente. Essa minha prática comum (não intencional, muitas vezes) de ir contra padrões sociais assusta as pessoas.

Fui criado para ser um bom rapaz, ajuizado, coerente e racional, mas houve um erro fatal: racionalizei-me demais, perdi o juízo, a coerência e me pus em batalha (talvez batalhas) a despeito d’algumas regras.
É um preço a se pagar propiciar o conhecimento a alguém. Maior ainda é o preço por favorecer que este conhecimento desenvolva-se. Claro, ninguém espera uma sublevação de sua criatura, ainda mais uma oposição ferrenha às regras que regeram a sociedade desde os primórdios. (Sim. Eu sei que não é desde os primórdios, mas, enfim, parece ser este o pensamento de alguns por aí).

Aqui surgiu-me um paradoxo: ser eu mesmo e viver constantemente em conflito ou me deixar ser uma marionete social. Nem um, nem outro.
Decidi que meu modus vivendi seria um meio termo: ser eu mesmo, mas adaptar-me ao modo social de viver e de agir (ambas as coisas parcialmente). Destarte consigo viver de forma razoavelmente feliz. Uso este advérbio de intensidade para exprimir que há oscilações. Explico-me:

Ainda outro dia quando o conúbio estava em pauta com alguns congêneres meus, percebi que falta maturidade a alguns deles (para não singularizar) de forma que possam perceber que os tempos mudam, que a própria sociedade sofre alterações e que o que foi correto e importante outrora pode não mais ser agora. Não sei... pode ser que devida minha fácil adaptabilidade não me apego tanto a crenças e tradições.
Gosto do novo, me atrai, me conforta, me anima.

Desta forma defendo meu direito de celebrar um evento social, que considero importante, como é o himeneu sem necessitar para isso de nenhum cunho sacrossanto.
Entendo, é claro, que a maioria das pessoas não compreendem que tudo é volúvel, inclusive a mais forte das práticas sociais. Não obstante  o que almejo com este breve esclarecimento é que as pessoas entendam que se algo me faz feliz (mesmo que vá contra as tradições) e se as principais pessoas envolvidas nisso estão de acordo, pouco me importa se há discrepâncias, sigo até o fim. De forma bem niilista, cito Nietzche: "é preciso ser superior à humanidade em força, em grandeza de alma - e em desprezo". Consubstanciando: é preciso ser feliz acima de tudo.

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