domingo, 23 de janeiro de 2011

Formação e ascenção escolar - parte II


Em seu segundo ano, cada vez mais apaixonado pelo magistério e todas as suas excentricidades (ou quase todas), resolveu de trabalhar um pouco e arrumou um emprego de office-boy (pobre criatura! já era um magricela, queria desaparecer). Teve, então, em virtude disso, de mudar para o período noturno na escola.
Já estava habituado a sentar-se nas carteiras da frente na sala de aula (longe da "galera do fundão"), e não foi diferente quando chegou pela primeira vez à sua nova sala de aula. Isso, somado ao fato de ele, ao decorrer da série, disputar as melhores notas com um rapaz do universalmente rotulado"fundão", fez com que este colega e mais dois amigos, também da mesma sala, nutrissem um certo rancor por ele, querendo assim, "amaciarem-lhe" o couro. Porém nada de mais grave aconteceu com nosso bravo protagonista.
Continuava ele sendo um bom aluno, porém em casa as coisas já não iam tão bem. Explico-me. Agora que tinha seu próprio estipêndio, queria ele comprar coisas para si e seu uso. Porém, sua mãe, mesmo que sem querer, abstinha-o disso, pois toda (ou grande parte) da paga de nosso agora revoltado herói, ia para ela. Não que ele tivesse de ficar com tudo para si, de modo que morava com ela e, claro tinha obrigação de ajudá-la. Mas não precisava ela retirar-lhe todo o seu suado salário (e põe suado nisso).
Mas por mais extraordinário que pareça, não era este o fator principal de sua revolta, mas sim o intenso e ditador ritmo que ela impunha em sua vida. Torno a explicar. Tinha ele, pois, que cumprir horários que não condiziam com sua vontade: era horário pra sair, pra chegar, pra dormir, pra acordar e até pra assistir. De fato, temos de policiar nossos horários e ajustá-los à nossa vida. Mas devemos fazê-lo por nós mesmos e não forçados a tal tirania. Mas, voltemos aos fatos.
Seu peito e mente rebentavam numa revolta enorme, era o expirar do menino e o despertar do homem. Porém, mesmo revoltado, ele firmemente aguentou esses ultrajes a seus conceitos, porém não sem deixar em sua mente uma idéiazinha despontando: de um dia mostrar que superaria aquilo e seria alguém melhor que ela, ao menos em atitudes...

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